quarta-feira, 2 de outubro de 2019

O Valor Prático da Epístola

O Valor Prático da Epístola

Como hoje a escravidão humana foi proibida em todos os países da Terra, podemos estar inclinados a pensar que essa epístola não tem relevância prática para nós. Podemos até nos perguntar por que ela está incluída no cânon da Escritura. No entanto, os mesmos elementos básicos envolvidos no problema que Paulo estava abordando ainda surgem hoje entre o povo de Deus. O conselho e a sabedoria que Paulo aplicou a essa situação pode ser tomado e aplicado às situações que possamos enfrentar. As circunstâncias serão diferentes, mas os princípios envolvidos são praticamente os mesmos.
Devido ao fato de os santos ainda terem a carne, os problemas podem surgir em nossos relacionamentos pessoais. Pessoas serão maltratadas, e ofensas serão acolhidas e resultarão em rupturas na comunhão dos santos. Como foi o caso aqui, na maioria dos problemas interpessoais haverá um ofensor e haverá uma parte ofendida; e muitas vezes, haverá alguém que atuará como um pacificador para tentar ajudar as duas partes a resolver o problema de uma maneira que honre o Senhor. Nesta situação, Onésimo era o ofensor, e Filemom e sua esposa (Ápia) eram a parte ofendida, e Paulo agia como o pacificador. Aprendemos com esse incidente que o ofensor precisa confessar seu erro (Lc 17:4), e aqueles a quem ele ofendeu precisam genuinamente perdoá-lo em seu coração (Mt 18:35). E o pacificador pode encorajá-los a fazê-lo genuinamente. Assim, somos instruídos nesta curta epístola a respeito de como a graça e o amor Cristãos resolvem problemas sociais que surgem entre os santos para a glória do Senhor e para o bem de todos os envolvidos.
J. N. Darby comentou: “A epístola serve mais para produzir esses sentimentos no leitor mais do que ser o objeto da explanação” (Synopsis of the Books of the Bible, edição Loizeaux, vol. 5, pág. 258). Assim, ao meditar no caminho que Paulo empreendeu para resolver o problema que eles estavam enfrentando, o Espírito de Deus gera em nós o mesmo espírito de amor e graça que encontraria um meio de se manifestar em nossos irmãos. Portanto, esta epístola é muito aplicável a nós hoje.
A primeira lição prática que aprendemos dessa situação é que as questões de ofensa pessoal entre irmãos devem ser resolvidas o mais rápido possível. Se as rupturas na comunhão dos santos forem deixadas sem solução, elas podem degradar e crescer, e outros podem ser contaminados, por se envolver na situação (Hb 12:15). O inimigo de nossa alma (Satanás) pode, e irá, usá-las para destruir uma assembleia.

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