Mestres Judaizantes
Vs. 10-13a – Paulo passa a falar da
oposição que Tito e os santos de Creta enfrentaram. Ele diz: “Porque há
muitos desordenados, faladores, vãos e enganadores, principalmente os da
circuncisão, aos quais convém tapar a boca; homens que transtornam casas
inteiras ensinando o que não convém, por torpe ganância. Um deles, seu próprio
profeta, disse: Os cretenses são
sempre mentirosos, bestas ruins, ventres [glutões – AIBB]
preguiçosos. Este testemunho é verdadeiro”. A necessidade de verdade
e piedade na assembleia era óbvia; homens carnais estavam agindo mal entre os
santos por seus próprios interesses egoístas. Eles eram faladores e enganadores
indisciplinados e vaidosos que se apresentavam como mestres, mas, na realidade,
estavam levando os santos à escravidão legal e ao erro. Foi, de modo geral, o
trabalho de um elemento dos mestres judaizantes, que Paulo chama de “a
circuncisão”. Enquanto professava um zelo pela Lei e pela santidade
cerimonial, seu verdadeiro motivo era o ganho vil (“torpe ganância”). O
que eles estavam realmente fazendo era defraudar os santos! Paulo diz que
convinha “tapar a boca” dos tais porque estavam “ensinando o que não
convém”. Esses homens definitivamente precisavam ser silenciados.
Juntamente com o problema dos maus
ensinamentos, os cretenses eram marcados por certos traços nacionais
indesejáveis que eles carregavam em sua vida Cristã desde seus dias de não
convertidos. Para comprovar isso, Paulo cita um de seus próprios profetas – Epimênides,
que viveu no século VI a.C. (Ver Concise Bible Dictionary, pág. 777.)
Ele disse que os cretenses sempre eram “mentirosos”, “bestas ruins”
e “glutões preguiçosos”. Paulo diz: “Este testemunho é verdadeiro”. Ele não diz que esse homem era um
profeta de Deus, mas um “seu próprio” profeta. Isso mostra que os falsos
profetas podem falar coisas corretas quando servem ao propósito deles. Ele cita
o profeta para mostrar que o caráter dos cretenses era famoso. Mesmo aqueles
que não eram salvos podiam ver! Esses cretenses eram verdadeiros crentes, mas
não se preocupavam com o seu andar e modos como Cristãos. Talvez eles pensassem
que isso não importava. É triste dizer que hoje existem muitos como eles na
profissão Cristã. Desnecessário dizer que seu caráter nacional, que eles
deveriam ter renunciado quando foram salvos, teve um efeito negativo em seu
testemunho Cristão diante do mundo.
Os crentes de Creta são um excelente
exemplo de como o caráter nacional e a cultura natural podem entrar na assembleia.
Certos comportamentos particulares não Cristãos podem se manifestar na vida de
um crente, e às vezes isso é desculpado dizendo: “É a cultura deles” – como se
fosse algo tolerado por causa da história de uma pessoa. Pode muito bem ser uma
característica de sua cultura nacional, mas isso não justifica sua presença
entre os santos na assembleia. Se esse comportamento não estiver de acordo com
os padrões e modos morais de Deus, não terá lugar na vida de um Cristão. Não é
para ser desculpado, mas antes julgado como não característico de um Cristão.
Quando uma pessoa é salva, deve haver uma “regeneração” de caráter moral
em sua vida, que é parte integrante da salvação de sua alma (cap. 3:5). Os
hábitos e modos anteriores de nossa vida antiga devem ser lavados, e os padrões
de Deus e os modos morais de comportamento adotados como nosso ideal.
Infelizmente, essa regeneração moral estava ausente entre os santos de Creta.
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