quarta-feira, 2 de outubro de 2019

A Responsabilidade do Cristão em Relação às Autoridades


A Responsabilidade do Cristão em Relação às Autoridades

V. 1 – Paulo diz: “Adverte-lhes que estejam sujeitos aos governadores e autoridades, que sejam obedientes, e estejam preparados para toda boa obra” (AIBB). Julgamos por essa exortação e pela descrição de seu caráter no capítulo 1:12, que os santos de Creta não foram cuidadosos com isso e foram desrespeitosos e insubordinados às autoridades romanas que estavam sobre eles. Tito deveria tratar esse problema e corrigi-lo imediatamente. O dever do Cristão em relação ao governo (“os poderes que existem” – Rm 13:1) sob o qual ele vive é: orar, pagar e obedecer. Devemos orar pelos governantes no cargo (1 Tm 2:1-2), pagar nossos impostos (Rm 13:6-7) e obedecer a todas as ordenanças legais (1 Pe 2:13). Isso deve ser feito para que nosso testemunho do evangelho não seja prejudicado por má conduta. Aqueles que olham para nós não devem nos ver como rebeldes às autoridades governamentais, mas pessoas cumpridoras da lei, que têm o que o mundo precisa[1].
Ao abordar esse assunto, Paulo não diz a Tito que os santos de Creta se envolvam na política do mundo ou se envolvam em causas de reforma social, porque, como Cristãos, não somos chamados para tornar esse mundo um lugar melhor. O Cristão entende que o mundo é incorrigivelmente corrupto e está piorando a cada dia e, portanto, está sob a sentença do julgamento de Deus, que será executada em breve no segundo advento de Cristo. Portanto, gastar nossa energia na tentativa de melhorar as condições aqui seria semelhante a reorganizar as cadeiras que reclinavam no convés do Titanic enquanto ele afundava! Os Cristãos que se envolvem na tentativa de consertar o mundo apenas ficam contaminados e frustrados, e inevitavelmente falham em seu objetivo. Ló é mencionado na Escritura para nos ensinar que o crente não pode consertar o mundo, envolvendo-se em seus assuntos políticos (Gn 19). Tentar reformar o mundo reflete um equívoco básico do chamado do Cristão e o caráter incorrigível da natureza caída no homem. O dever do Cristão em relação aos poderes estabelecidos é que “estejam preparados para toda boa obra”, que deve ser compatível com os governos sob os quais ele vive.
Obviamente, existem limites para nossa obediência às autoridades governamentais sobre nós. Se eles nos mandarem fazer algo moral e eticamente errado, devemos antes “obedecer a Deus do que aos homens” (At 5:29). Contudo, o objetivo das autoridades geralmente é restringir o mal e incentivar o bem (Rm 13:2-4).


[1] N. do T.: Isto é, o mesmo espírito que havia em Cristo de Se submeter às autoridades que estavam sobre Ele, dando a César o que era de César e a Deus o que era de Deus.

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