A Responsabilidade do
Cristão em Relação às Autoridades
V. 1 – Paulo diz: “Adverte-lhes que estejam sujeitos aos governadores e autoridades, que
sejam obedientes, e estejam preparados para toda boa obra” (AIBB). Julgamos
por essa exortação e pela descrição de seu caráter no capítulo 1:12, que os
santos de Creta não foram cuidadosos com isso e foram desrespeitosos e
insubordinados às autoridades romanas que estavam sobre eles. Tito deveria tratar
esse problema e corrigi-lo imediatamente. O dever do Cristão em relação ao
governo (“os poderes que existem”
– Rm 13:1) sob o qual ele vive é: orar, pagar e obedecer.
Devemos orar pelos governantes no cargo (1 Tm 2:1-2), pagar nossos impostos (Rm
13:6-7) e obedecer a todas as ordenanças legais (1 Pe 2:13). Isso deve ser
feito para que nosso testemunho do evangelho não seja prejudicado por má
conduta. Aqueles que olham para nós não devem nos ver como rebeldes às
autoridades governamentais, mas pessoas cumpridoras da lei, que têm o que o
mundo precisa[1].
Ao abordar esse assunto, Paulo não diz a
Tito que os santos de Creta se envolvam na política do mundo ou se envolvam em
causas de reforma social, porque, como Cristãos, não somos chamados para tornar
esse mundo um lugar melhor. O Cristão entende que o mundo é incorrigivelmente
corrupto e está piorando a cada dia e, portanto, está sob a sentença do
julgamento de Deus, que será executada em breve no segundo advento de Cristo.
Portanto, gastar nossa energia na tentativa de melhorar as condições aqui seria
semelhante a reorganizar as cadeiras que reclinavam no convés do Titanic
enquanto ele afundava! Os Cristãos que se envolvem na tentativa de consertar o
mundo apenas ficam contaminados e frustrados, e inevitavelmente falham em seu
objetivo. Ló é mencionado na Escritura para nos ensinar que o crente não pode
consertar o mundo, envolvendo-se em seus assuntos políticos (Gn 19). Tentar
reformar o mundo reflete um equívoco básico do chamado do Cristão e o caráter
incorrigível da natureza caída no homem. O dever do Cristão em relação aos
poderes estabelecidos é que “estejam preparados para toda boa obra”, que
deve ser compatível com os governos sob os quais ele vive.
Obviamente, existem limites para nossa
obediência às autoridades governamentais sobre nós. Se eles nos mandarem fazer
algo moral e eticamente errado, devemos antes “obedecer a Deus do que aos
homens” (At 5:29). Contudo, o objetivo das autoridades geralmente é restringir
o mal e incentivar o bem (Rm 13:2-4).
[1]
N. do T.: Isto é, o mesmo espírito que havia em Cristo de Se submeter às
autoridades que estavam sobre Ele, dando a César o que era de César e a Deus o
que era de Deus.
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