As Qualificações dos
Anciãos
Vs. 6-9 – Paulo passa a esboçar as
qualidades morais e espirituais que um ancião deve ter. Antes de examinar essas
coisas, seria bom observarmos que Paulo usa as palavras “anciãos” (AIBB) e “presbíteros
[bispos]” de forma intercambiável aqui. (Compare
também At 20:17 com At 20:28 e 1 Pe 5:1 – JND com 1 Pe 5:2 – JND).
Isso mostra que esses termos se referem ao mesmo cargo. Quando “ancião”
é usado, enfatiza a maturidade e a experiência que o homem deve ter; quando “presbíteros
[bispos]” é
usado, está se referindo ao trabalho que ele faz ao supervisionar e cuidar do
rebanho. Paulo então declara os requisitos morais necessários de um ancião/presbítero:
SUA VIDA PÚBLICA
Quanto à sua vida pública diante do mundo (v. 6a),
ele deveria ser “irrepreensível [livre de toda
acusação contra ele – JND]” (1 Tm 3:7).
SUA VIDA FAMILIAR
Quanto
à vida em família (v. 6b), ele deveria ser “marido de uma mulher”. Ou
seja, ele não deveria ser um polígamo. Um polígamo poderia ser salvo pela graça
de Deus e estar à mesa do Senhor, mas ter mais de uma esposa o excluiria deste
trabalho na assembleia. Seus múltiplos casamentos não representariam
adequadamente a ordem moral que Deus instituiu na criação a respeito do
casamento (Mc 10:6-9). Nem refletiria o modelo de Cristo e da Igreja (Ef 5:24-32).
Ele também deveria ter “filhos crentes não acusados de falta de limites ou rebeldia” (JND). Assim, ele deveria ter uma
família que cresse no evangelho e que seguisse o caminho da fé Cristã de
maneira ordenada.
SUA VIDA EM ASSEMBLEIA
Quanto
à sua vida na assembleia (vs. 7-9), ele deveria ser “irrepreensível [livre de toda acusação contra ele
– JND]” entre seus
irmãos. Se os santos devem respeitá-lo como “despenseiro da casa de Deus”,
eles devem, necessariamente, ver piedade e consistência em sua vida.
Se ele deve realizar seu trabalho de
supervisão de forma bem sucedida, ele não deve ser caracterizado pelos
seguintes traços negativos: “soberbo [cabeça dura – JND]”, “iracundo [impetuoso – JND]”, “nem dado ao vinho”,
“nem espancador [violento
– ARA]” e “nem
cobiçoso de torpe ganância [visando
ganho por meios desonestos – JND]”. Assim, ele não deve ser
dominador, ou ter mau temperamento, ou gostar de álcool, ou ser violento ou comprometer
princípios para ganhar dinheiro.
Quanto aos traços positivos, um
ancião/presbítero deve ser: “dado à hospitalidade”, “amigo do bem”,
“moderado”, “justo”, “santo [piedoso – AIBB]” e “temperante”.
Assim, seu lar deve ser aberto aos santos (Rm 12:13), ele deve se envolver
pessoalmente com coisas boas e proveitosas (cap. 3:14) e se portar com
dignidade e sobriedade em todos os assuntos (Ec 10:1). Ele também deve ser
marcado pela justiça, piedade e controle próprio.
Por fim, mas não menos importante, ele
também deve manter firme “a fiel Palavra, que é conforme a doutrina, para
que seja poderoso, tanto para admoestar [encorajar – JND] com a sã doutrina, como para convencer [refutar
– JND] os contradizentes”
(v. 9). Isso mostra que um ancião/presbítero deve conhecer a verdade e ter “um
conhecimento prático” da Palavra de Deus, para poder “refutar” (JND)
aqueles que se opõem a ela (1 Tm 3:2 – “apto a ensinar”). Nota: ele deve
refutar os opositores, não por argumentos inteligentes fundamentados em
inteligência humana, mas “pela sã doutrina” (2 Tm 2:14-15).
Observe também: nada é dito aqui (ou em
qualquer outro lugar na Escritura) sobre a eloquência de um ancião, sua
educação secular, sua perspicácia nos negócios ou seu status social na vida. Os
Cristãos mundanos podem fazer muitas dessas coisas, pensando que são qualidades
necessárias para um líder, mas essas coisas não são o que tornam um ancião/presbítero
capaz. De fato, o sucesso nas coisas seculares pode ministrar ao orgulho de uma
pessoa e dar a ele uma falsa sensação de importância. Sua capacidade como
ancião não é medida pelo seu sucesso nos negócios, mas por sua espiritualidade
e sabedoria prática.
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