Os Elementos do Evangelho
da Graça de Deus São Ilustrados na História de Onésimo
F. B. Hole disse: “Não devemos deixar
essa epístola sem perceber a maneira impressionante de como toda a história
ilustra o que a mediação significa e envolve, ilustrando realmente a afirmação:
‘Porque há um só Deus, e um só Mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo homem’ (1 Tm
2:5). Deus é o único ofendido pelo pecado; homem, o ofensor; o Homem Cristo
Jesus, o Mediador.
Podemos nos ver retratados em Onésimo e
sua triste história. Éramos também ‘inúteis’. Injuriamos a Deus e,
consequentemente, éramos Seus devedores, tendo em vista que não podíamos pagar.
Também ‘nos afastamos’ d’Ele, pois o temíamos e desejávamos estar o mais longe
possível de Sua presença. Nossa alienação foi fruto do nosso pecado.
A mediação de Paulo entre Filemom e
Onésimo ilustra, embora apenas levemente, o que Cristo fez. Não podemos quase ouvir
o bem-aventurado Salvador falando assim quando, na cruz, Ele levou a culpa de
nossas iniquidades e tomou o julgamento que merecíamos? Não devemos bendizê-Lo
para sempre em relação a tudo o que nos era devido por causa de nossos pecados,
quando Ele disse a Deus: ‘Ponha isso na Minha conta’?
No entanto, existe essa diferença:
embora Paulo tenha que escrever: ‘Eu retribuirei’, mas nosso Salvador
ressuscitado não usa o tempo futuro. Sua palavra para nós no evangelho, como
fruto de Sua morte e ressurreição, é: ‘Eu a paguei’. Ele foi entregue por
nossas ofensas e ressuscitado para nossa justificação. Por isso, é que,
justificados pela fé, temos paz com Deus. Nesse ponto, portanto, a ilustração
fica muito aquém da realidade ilustrada.
Nossa ilustração também falha nisso, que
Deus não precisa de persuasão ao pleno exercício da graça, como era necessário
no caso de Filemom. Ele é a própria Fonte da graça. Ele, no entanto, precisa de
uma base justa para demonstrar Sua graça, assim como Paulo forneceu a Filemom
uma razão justa de graça ao assumir todas as responsabilidades de Onésimo. A
mediação envolve a aceitação de tais responsabilidades, para que seja exercida
plena e efetivamente, pois somente então a graça pode reinar por meio da justiça”
(Epistles, vol. 2, págs. 194-195).
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