A Escravidão Humana e o Cristianismo
O cenário e o contexto em que a epístola
foi escrita é o da escravidão humana. Essa injustiça social sempre foi
contrária aos pensamentos de Deus, mas Paulo não trata disso aqui porque o Cristianismo
não é uma força para melhorar o mundo. O Cristianismo não reforma o mundo; ele chama
as pessoas (crentes) para fora do mundo, por meio do evangelho e anuncia
o julgamento de Deus que virá em breve. O Cristianismo, como encontrado nas
epístolas do Novo Testamento, não tenta corrigir os males sociais do mundo.
Estamos “no mundo” (Jo 17:11), mas não somos “do mundo”
(Jo 17:14, 16). Como “peregrinos e forasteiros”, estamos apenas de passagem
por essa cena em nosso caminho para o céu, onde está nossa cidadania (1 Pe
2:11; Fp 3:20). Como tal, deixamos os homens do mundo lutarem entre si em suas
causas, e não temos nada a dizer sobre isso (Is 45:9). Se fôssemos do mundo,
nos envolveríamos em seus assuntos (Jo 18:36).
Alguns podem perguntar: “Se a escravidão
está errada, por que Paulo não clamou contra ela? Por que ele retornaria um
escravo ao seu mestre que havia escapado daquela escravidão terrível?” Como
afirmado, a resposta é que os Cristãos não são chamados a consertar o mundo.
Nosso trabalho é apresentar Cristo ao mundo em nossos caminhos e modos, e
pregar Cristo a toda criatura humana que pudermos para que elas sejam salvas (Cl
1:23). Se o Cristianismo fosse uma causa para mudar o mundo, esse certamente
seria o lugar para Paulo falar disso. Mas ele não tem nada a dizer a Filemom
sobre a escravidão. Ele não dá nenhuma orientação para libertar Onésimo de sua
posição na vida. De fato, o ensinamento de Paulo sobre esse assunto é: “Cada
um fique na vocação em que foi chamado. Foste chamado sendo servo? Não te dê cuidado; e, se ainda podes ser livre,
aproveita a ocasião” (1 Co 7:20-21). Isso não significa que ele aprovou a
escravidão, mas que essas coisas não são o foco do evangelho que ele foi
enviado para pregar.
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